Houve uma época - bons tempos - em que o bolo, fora ser a parte central da decoração de um casamento, era o item culinário mais aguardado como sobremesa pelos convidados. Até mesmo para ser levado (ainda que no guardanapo) para casa a fim de ser congelado e comido um ano depois para dar sorte aos noivos.
Com tantos docinhos, chocolates e bem-casados, porém, o bolo perdeu o seu lugar na festa. Muitas vezes, dentre as camadas, não existe nenhuma parte verdadeira, nem ao menos para os noivos segurarem a espátula para penetrar na doçura da representatividade da "vida compartilhada".
Dentre os andares decorados, é tudo isopor. O "verdadeiro" até existe, mas fica recluso, pronto para ser partilhado a sua única camada, na cozinha. Às vezes vejo, com tristeza, ao fim da festa, ele ser carregado até o carro de algum dos familiares dos noivos. Por que, então, ter algo feito realmente do trigo se apenas o isopor é exposto e merece o prazer dos flashes? É melhor, dessa forma, ser tudo falso.
Eu ainda acredito na beleza do partir o bolo e dividi-lo entre os convidados. Todas as fotos já foram tiradas, pode ficar partido, não importa, faz parte da festa, assim como acontece com o bolo de aniversário. Existem tantas superstições positivas aos noivos envolvendo esse doce, que ele realmente precisa ser compartilhado no dia da festa.
Nunca guardei o bolo no congelador, essa tradição eu passei para o bem-casado. Mas, infelizmente, a gula é maior como todos logo no dia seguinte a festa do casamento. Por isso, agradeço a minha sogra, que faz esse favor de guardar todos os bem-casados de cada casamento que vamos juntas. Assim, sem falta, após um ano, partilhamos uma mordida, um pedaço para cada. Bem, não sei se traz sorte, mas todos até agora ainda estão casados.
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