Como é contraditório o comportamento da mulher ao longo da vida. Quando criança, experimenta as atividades domésticas em suas brincadeiras diárias, finge ser casada e ter vários filhos, ou melhor, bonecas para cuidar. De repente, abandona esse começo de infância e adianta os desejos da juventude. Pensa em um príncipe encantado, querendo ainda casar e ser feliz para sempre. Em seguida, sai do planos dos sonhos de um relacionamento e tenta concretizar, aceitando convites de namoro, de um cineminha a dois ou apenas de um beijo sem compromisso. Quando enfim atinge o período da faculdade, há dois rumos para o âmbito feminino: ela aproveita loucamente o período de liberdade aos 18 anos ou, enfim, tenta encontrar "AQUELE CARA". Com o diploma em mãos, ainda pensa em ter um parceiro, no entanto o casamento não é o principal foco da mulher moderna. Adia um compromisso sério, deixa a situação financeira melhorar para juntar as escovas de dente e, por fim, espera estar "realizada profissionalmente" para ter o primeiro filho.
Na contemporaneidade, os papéis estão loucos. Ou etapas da vida são perdidas, adiadas ou muito adiantadas. Por vezes presenciamos experiências de adultos interpretados na novela real por adolescentes ou até pré-adolescentes. Gravidez nunca foi um tema tão temeroso entre as jovens como vem sendo atualmente. É quase visto como uma doença que elas querem escapar de pegar. Tudo é sentido tão intensamente quando mais novo, que é visto de forma banal na maioridade.
Outro detalhe é a constituição da família. Não estou sendo rígida ao dizer que acredito nessa instituição e que devemos fazer como nossos pais e casar aos vinte anos. Pontuo apenas uma observação: não podemos postergar tanto se desejamos realmente ter filhos. É muito importante uma mulher, que realmente queira ser mãe, tenha os seus descendentes, mas ela não pode deixar isso para os seus últimos dias. É preciso pensar na formação da criança. Ela não somente nasce, também cresce e se desenvolve. Como mãe, é desejável que ela esteja presente ao máximo em todas essas fases. Então, acredito ser um pouco egoísta que se tenha o primeiro filho com mais de sessenta anos. Ela pode viver até os cem, mas não vai ter a mesma força e disposição que teria mais jovem. Pode até cuidar de um filho muito melhor do que qualquer garotinha, porém é mais possível, diante da expectativa de vida do brasileiro de 74 anos, que nem consiga ver os quinze anos do filho.
No caso da mulher de 61 anos, a qual deu a luz um casal de gêmeos em Santos (SP), por vinte anos tentou realizar o sonho de ser mãe. Se eu fosse ela, tentaria engravidar um pouco antes dos 40, afinal, os médicos dizem que a partir dessa idade começa a ficar mais difícil a gestação. Ou então, tentaria mais cedo a inseminação, pois ela só foi começar, segundo os jornais, aos cinquenta anos. No entanto, não a condeno ou julgo completamente errada a sua ação de inseminação a essa altura da vida. Ela tentou adotar e conseguir por outras vias atingir a sua meta, porém foi negada pela idade. Não posso e penso que ninguém poderia destruir esse desejo. Eu só espero que a maternidade dê-lhe vitalidade e ânimo para as próximas décadas. Que ela possa acompanhar muitos passos dos dois filhos.
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