sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tudo o que acontece em Vegas, não fica em Vegas

Do título a sinopse, Jogo de amor em Las Vegas (What Happens in Vegas, 2008) aparenta estar repletos de clichês e ser mais um filme água com açúcar para ser exibido na sessão da tarde. Entretanto, nesse meio piegas e já muito explorado de casamento em Vegas, os personagens Joy McNally (Cameron Diaz) e Jack Fuller (Ashton Kutcher) conseguem reverter as deduções, chamar a atenção e arrancar risadas dos espectadores.

Para variar Cameron Diaz e Ashton Kutcher atuam em um longa-metragem de comédia. Depois de Quem vai ficar com Mary? e Recém-casados, nos quais eram principais e contracenaram com pessoas diferentes, os atores utilizam a veia cômica e a nítida química entre eles para compor a engraçada disputa de dois jovens por US$3 milhões. A moeda era dela, mas quem jogou no caça-níquel foi ele e, nessa briga para saber de quem é o prêmio, Joy lembra que eles haviam se casado embriagados na noite anterior, então, teoricamente, eles deviam dividir o dinheiro.

Mais do que falar do embate pelo domínio dos dólares ganhos, o filme aborda o ato relapso de considerar o casamento como uma simples brincadeira. O juiz Whopper, interpretado por Dennis Miller, faz bom uso das palavras e diz acreditar que as pessoas da geração de Jack e Joy detestam tentar, então, por isso, eles teriam o prêmio congelado. Para regatá-lo, o mais novo casal foi obrigado a provar que eles fizeram tudo que é humanamente possível para conseguir que o improvisado casamento desso certo, isso inclui morar sob o mesmo teto e sessões semanais de terapia.

É fácil beber ao ponto de perder a consciência, casar e pedir anulação ou divórcio. As relações são tratadas como algo temporário. Por vezes, o casamento é visto como mais uma etapa banal do namoro, realizada para mostrar a sociedade mais comprometimento. No entanto, o relacionamento de fato, no literal da palavra, não evoluiu, está estagnado no pensamento infantil de acabar por qualquer ínfimo motivo. Ou você nunca ouviu: "se não der certo, se divorcia!"?

As pessoas não investem mais na relação. Querem colher os frutos dela, desfrutar do lado positivo, mas quando a TPM, o estresse, as dificuldades e qualquer lado ruim aparece logo desistem. Seja no namoro ou no casamento, o "na alegria, na tristeza" deve valer de verdade.

O contato com o outro está tão banalizado que os que não pensam dessa forma é antiquado. É visto de forma negativa. Que absurdo! Nas festas, são feitas competições entre homens e mulheres para saber quem beija mais pessoas. Não se preza pela preservação da dignidade, do respeito, do pudor e do real significado do que é estar ao lado do outro. Na verdade, talvez esses termos tenham ganhado novos significados.

Joy e Jack iam simplesmente romper o casamento e dividir o dinheiro, todavia, obrigados pelo juiz, eles deram uma chance aos dois e viram um sentimento, antes escondido, aflorar entre eles. Não se pode desistir do amor tão fácil. Se eles ficaram por uma noite, foi porque algo os atraiu e algum motivo surgiu para que se unissem. Tanto foi verdade, que ao final, como acontece em comédias românticas, eles tiveram o seu felizes para sempre. Pode ser que isso não aconteça tão fácil assim na realidade, no entanto as pessoas deviam dar mais chance ao romance. Não é beijando muitos sapos no mesmo dia e durante todo o carnaval e, sim, realmente estar atenta a quem está ao seu redor, estar aberta a conquista e a construção de um relacionamento.


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