sexta-feira, 29 de outubro de 2010

As pétalas do ofício

Para não prolongar tanto uma mesma postagem, dividi a matéria As pétalas do ofício em seis etapas. Esta é a primeira parte. Essa matéria foi publicada na revista A Ponte - edição Mulheres - neste mês de outubro de 2010

O casamento é a oficialização do amor entre duas pessoas. Entretanto, essa comemoração a dois, torna-se dia de destaque para um dos personagens principais da noite: a noiva. Quando a marcha nupcial é anunciada, todos os convidados se virão, preparam as suas máquinas digitais e dispõem de toda a sua atenção para ela, que é símbolo dos planejamentos, das revistas, dessa ocasião e do desejo pelo casamento.

Uma hora antes do casamento, encontrava-me de prontidão na Igreja de Nossa Senhora do Líbano, onde aconteceria a cerimônia religiosa e a recepção dos convidados. Sem convite oficial antecipado, falei com a equipe do bufê, da decoração e da fotografia. Apresentei-me ao motorista contratado e até aos familiares que estavam ali mais cedo, enquanto aguardávamos a noiva Luciana Campos da Rocha.

Eis que ela chegou, alguns minutos depois, em pura ansiedade, romantismo e sorrisos contidos. Entrou no espaço onde aconteceria a sessão de fotos e, tentando deixar a vergonha de lado, exaltou beleza e felicidade de estar casando depois de quase oito anos de namoro.

Depois de explicar o meu objetivo naquela noite, com três profissionais presentes na ocasião, ousei pedir autorização à noiva para fotografá-la. Não conseguiu esconder o estranhamento e o nervosismo, mas não hesitou na resposta. Posicionei-me e registrei todas as poses tradicionais, descontrações, retoques de batom e bastidores dos milhares de flashs e filmagem de seus passos.

A sessão acabou e todos foram embora, exceto a “ama” Cláudia Carvalho, que trabalha na equipe do cerimonial, e eu. Não pude resistir, sentei-me ao lado da noiva e aproveitei para observá-la e até tentar fazer uma entrevista. Sua mente e seu corpo demonstravam estar concentrados no acontecimento que viria a seguir, mas, muito delicada, respondeu todas as minhas dúvidas e curiosidades.

Falou sobre a preparação, a escolha da data e a confiança nas indicações da cerimonialista Andréia Cavalcante, que foi a primeira a contratar. Luciana tem 24 anos e acabou de se formar em Direito, entretanto, naquele momento, nada mais importava. Aquecia a voz e treinava para uma surpresa que iria fazer durante a festa. Com as mãos enrolando o papel da música e a letra decorada, deu uma prévia de sua apresentação. Em sua belíssima voz, cantou “Todo azul do mar” sem errar melodia ou qualquer refrão. Depois, repassou os passos da sua entrada com a ajuda do motorista Roberto Jucá, olhou-se no espelho e respirou fundo para entrar no carro.

Após três meses planejando, ela foi anunciada com a marcha nupcial e entrou ao som de “Um lugar perfeito para o amor viver”. Luciana e seu noivo, Carlos Bezerra, compartilharam o que considera como “o começo de uma vida nova” com 250 convidados, entre eles amigos íntimos e familiares.

“Porém, desde o início da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe [...], e, com a sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem (Mc.10.06-09)”. Assim começou a celebração religiosa que estava marcada às 19h, de uma quinta-feira chuvosa. Mas os céus cessaram as bênçãos por um momento para o cortejo na igreja.

Tudo estava impecavelmente simples e singelo, exatamente como a noiva queria. Músicas escolhidas cuidadosamente e delicadeza em cada detalhe, desde o buquê com rosas e lírios, ao vestido branco de ares românticos. Segundo Luciana, a intenção não era ostentar e, sim, celebrar e vivenciar o sacramento e a união do amor.

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